Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Rudgea parquioides subsp. caprifolium (Zahlbr.) Zappi CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 05-04-2012

Criterio: B2ab(iv)

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie muito rara, conhecida apenas por duas coleções. A única coleta para o Estado de São Paulo, em 1894, é indicativa para se considerar declínio de ocupação e de subpopulações. A última coleta registrada data de 1958 em Lontras (SC). São necessários estudos de campo para encontrar e monitoras subpopulações. Corre risco de extinção devido ao declínio populacional, uma condição das populações pequenas e raras resultante de eventos estocásticos (genético, populacional e/ou ambiental).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Rudgea parquioides subsp. caprifolium (Zahlbr.) Zappi;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Gloneria jasminiflora ;
  • > Psychotria jasminiflora ;
  • > Rudgea caprifolium ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Kew Bulletin 58(3): 513-596. 2003. Esta subespécie difere-se por apresentar folhas mais membranáceas, corolas mais largas e expandidas, inflorescências sésseis a pouco pedunculadas, compactas (Zappi, 2003).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de São Paulo e Santa Catarina; entre 50-300 m de altitude (Zappi, 2003; 2012).

Ecologia

Caracteriza-se pelo hábito arbustivo, podendo atingir até 1,5 m de altura (Zappi, 2003); coletada em flores no mês de Outubro (Zappi, 2007). Ocorre em Floresta Ombrófila Mista (Zappi et al., 2009); também em ilhas fluviais, em Florestas de terras baixas (mata de baixada) em margens de rios (Zappi, 2003); Capoeira (Zappi, 2007).

Ameaças

1.3.3.2 Selective logging
Incidência national
Severidade very high
Detalhes NoBrasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária),era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maiorintensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande doSul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de São Paulo (3%),internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%).Esta formação vegetacional, típica da região sul do Brasil, abriga componentesarbóreos de elevado valor comercial, como a Araucariaangustifolia (pinheiro) e Ocoteaporosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo deexploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem maisdo que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas nalista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A FlorestaOmbrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação daregião sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, masprincipalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentose queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura,reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonasurbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaramuma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).

1.4 Infrastructure development
Severidade very high
Detalhes O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária), mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no Estado de São Paulo (Costa,1997).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta noAnexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA, 2008)sendo considerada uma espécie com "Dados Deficientes" (DD) para avaliação do risco de extinção.

Referências

- COSTA, J.D.B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo., São Paulo, 1997.

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para a criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista., Biotemas, Universidade Federal de Santa Catarina, v.18, p.33-50, 2005.

- ZAPPI, D. Rudgea (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.419-429, 2007.

- ZAPPI, D. Rudgea parquioides subsp. caprifolium in Rudgea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB039308>.

- ZAPPI, D. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, v.58, p.513-596, 2003.

- ZAPPI, D. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Rudgea parquioides subsp. caprifolium in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Rudgea parquioides subsp. caprifolium>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 05/04/2012 - 20:13:14